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sábado, 19 de agosto de 2023

José Mário Branco

  • José Mário Monteiro Guedes Branco, mais conhecido por José Mário Branco (Porto, 25 de maio de 1942 – Lisboa, 19 de novembro de 2019), foi um músico, cantautor, compositor/arranjador e produtor musical português. 

  • É descrito como "um dos nomes maiores da canção portuguesa" e apresenta uma extensa actividade musical nas mais variadas áreas, contando com uma carreira de cinco décadas.

  •  Em 1963 e com apenas 21 anos, viu-se forçado a exilar-se em Paris para fugir ao serviço militar na guerra colonial, à qual era expressamente contra. Regressou a Portugal em 1974, após a Revolução dos Cravos

  • . Queixa das almas jovens censuradas,  

  •  Ao longo da sua carreira trabalhou com diversos outros artistas de relevo da música de intervenção e outros géneros, nomeadamente José Afonso, Sérgio Godinho, Fausto, Janita Salomé, Amélia Muge, Gaiteiros de Lisboa, e, no âmbito do fado, Carlos do Carmo, Camané e Katia Guerreiro.

  •  Do mesmo modo compôs e cantou para o teatro, cinema e televisão, tendo sido elemento da companhia de teatro A Comuna – Teatro de pesquisa.

  •  Filho de professores primários, cresceu entre o Porto e Leça da Palmeira. Iniciou o seu percurso musical no primeiro ano do liceu, com aulas de violino no Conservatório de Música do Porto, tendo desistido ao fim de um ano.

  • Só retomaria os estudos em música anos mais tarde, em 1958, na escola de música Parnaso no Porto, onde estudou piano, flauta, percussão, composição, orquestração, análise musical e etnomusicologia

  •  As contas de Deus Durante a sua juventude foi católico crente e fez parte da JEC. Apesar disso, apoiou em 1958 a candidatura de Humberto Delgado e a sua consciência política começou a despertar. 

  • Em 1961 voltou ao liceu para poder ingressar no curso de História da Universidade de Coimbra. Nessa altura tornou-se militante do PCP, e um ano mais tarde ingressou na Universidade de Coimbra.

  • O seu curto percurso académico terminou com a prisão pela PIDE a 28 de abril de 1962, durante as férias da páscoa. Só seria libertado cinco meses depois, a 29 de setembro. 

  • Voltou a ingressar no curso de História, desta vez na Universidade do Porto, e pouco tempo depois foi chamado para cumprir serviço militar obrigatório Recusando-se a combater na guerra colonial e sem o apoio do PCP que defendia o o trabalho político dos seus militantes nas colónias, exilou-se em Paris em junho de 1963 com apenas 21 anos. Só voltou a Portugal onze anos mais tarde, após a Revolução dos Cravos em 1974

  •  Inquietação  

  •  Em Paris começa a compor canções, primeiro em francês e depois em português. Em 1965 fundou o grupo Teatro da Liga, com o qual colaborou durante alguns anos. Aquando do Maio de 68 já tocava em festas, escolas e faculdades, juntamente com os companheiros de exílio Sérgio Godinho, Luís Cília e Tino Flores. 

  • Fundou ainda o Grupo Organon, corporação artística que realizava várias atividades por França

  •  Em 1969 edita o seu primeiro EP Seis cantigas de amigo, editado pelos Arquivos Sonoros Portugueses.

  •  A sua actividade musical continuou a desenvolver-se a partir de 1970, com o trabalho de produção de álbuns de Jean Sommer e a publicação do EP Ronda do soldadinho/ Mãos ao ar!

  • Em 1971 edita o seu primeiro LP, Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, e produz também o LP Cantigas do Maio de José Afonso, um dos álbuns mais marcantes da música portuguesa. 

  • Em 1972 publica Margem de certa maneira, seu último álbum publicado no exílio, e assina os arranjos e direção musical do LP Os sobreviventes de Sérgio Godinho, e Até ao pescoço de José Jorge Letria.

  •  No ano seguinte volta a colaborar com José Afonso nos arranjos e direção musical do LP Venham mais cinco

  •  Eu vim de Longe  

  •  Depois da Revolução dos Cravos regressou a Portugal e foi um dos fundadores do GAC, criado em maio de 1974 juntamente com Tino Flores, Fausto e Afonso Dias.

  •  Com o GAC percorreu o país de norte a sul e deu mais de mil espectáculos, assumindo publicamente a vontade em se expressar coletivamente e afastando a ideia de uma carreira a solo.

  •  Em 1975 foi convidado a título individual para participar no Festival RTP da Canção, mas optou por concorrer coletivamente com o GAC, apresentando o tema “Alerta”. A parceria com o GAC durou apenas um ano e meio.

  •  Juntou-se à Comuna – Teatro de pesquisa em 1977, onde compôs a música para a peça de teatro “A mãe”, de Bertolt Brecht, que é publicada em álbum no ano seguinte. No mesmo ano compôs, juntamente com Fausto e Sérgio Godinho, a banda-sonora do filme A Confederação de Luís Galvão Teles, e no ano seguinte compôs a música para o filme Gente do norte, de Leonel Brito.

  •  Abandonou a Comuna e junto com outros atores também dissidentes fundou, em 1979, o Teatro do Mundo com o qual colaborou em várias peças, tendo um papel preponderante nas atividades da companhia de teatro

  • . ser solidário  

  •  O regresso aos álbuns originais só aconteceria oito anos após o fim do seu exílio, com a publicação do LP Ser solidário e do emblemático single “FMI”, obra síntese do movimento revolucionário português com seus sonhos e desencantos.

  •  Esta última foi proibida pelo próprio José Mário Branco de passar em qualquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública. Não obstante este facto, "FMI" será, provavelmente, a sua obra mais conhecida.

  •  Seguiram-se A noite (1985), Correspondências (1990) e um álbum ao vivo em 1997. Ao longo das décadas de 80 e 90 compôs música para inúmeros filmes e peças de teatro. Exerceu também um longo e prolifero trabalho como produtor musical para fado, tendo produzido álbuns para Camané e Carlos do Carmo, e mais recentemente para Katia Guerreiro.

  •  Ocupou assim um lugar de grande destaque no meio artístico do fado. O seu ultimo álbum de originais, intitulado Resistir é vencer, foi lançado em 2004 em homenagem ao povo timorense, que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia logo após o 25 de Abril. 

  •  Em 2006, com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Terminou o 1.º ano com média de 19,1 valores, sendo considerado o melhor aluno do seu curso. 

  • Desvalorizou a bolsa de estudo por Mérito que lhe foi atribuída, dizendo que é «algo normal numa carreira académica»

  •  Morreu aos 77 anos vítima de paragem cardio-respiratória, na madrugada do dia 19 de novembro de 2019, em Lisboa, horas após ter concluído em estúdio o trabalho de produção, direção e arranjos musicais do álbum Ruas e Memórias, de Marco Oliveira, editado em 2022 

  •  "Mudar de Vida

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